No sudeste do Brasil, Oxossi é sincretizado a São Sebastião. Quanto ao sincretismo, a história informa que São Sebastião nasceu em Milão e foi oficial da guarda pretoriana em Roma. Foi cristão convicto e ativo e por esse motivo padeceu também sob o domínio do imperador Diocleciano. Denunciado como cristão, São Sebastião foi levado perante o imperador e confessou publicamente a sua fé em Jesus Cristo. Acusado de traição foi condenado a morte. Amarrado a um tronco teve seu corpo varado por flechas. No dia seguinte constataram que não havia morrido. Levado novamente frente a Diocleciano, reafirmou novamente a sua fé, o imperador mandou então açoitá-lo até a morte. Esse fato ocorreu por volta do ano 284.

Na Umbanda, Oxossi é conhecido como o senhor das matas e da grande maioria dos caboclos. Sua cor é o verde, representando as matas das quais é o senhor absoluto. No Candomblé é conhecido como o “caçador” ou o protetor dos caçadores. Na Umbanda também é conhecido como o caçador, mas não de animais e sim, de almas e de homens, sendo a catequese seu maior objetivo. No aspecto espiritual, se Ogum é conhecido por sua enorme força, ele, porém, é muito agressivo. Oxossi já é conhecido por aliar a força com o bom senso, essas características emanam de Oxossi que se manifesta nos trabalhos de Umbanda, principalmente na manifestação dos caboclos e suas falanges. De Oxossi emana a altivez que encoraja a todos os seguidores da Umbanda, transmitindo grande segurança aos seguidores de nossos cultos.

As matas são para o umbandista os domínios de Oxossi. A função vibratória das matas é afirmar ou dar resistência a trabalhos ou consolidar trabalhos e obrigações.

Os enviados de Oxossi ao nosso plano físico, são normalmente os caboclos, os índios de diversas nações de nossas matas e guerreiros africanos. Esses enviados são os grandes conhecedores dos grandes segredos (raramente revelados) que fazem curas, afastam influências negativas e protegem os seguidores da Umbanda.

A altivez do caboclo, a sua autoridade, a seriedade, a força, a coragem, a perseverança, o sentido de lutar para vencer, provém diretamente de Oxossi, pois essas são algumas de suas características.

Oxossi como Ogum, é um grande guerreiro, é um grande lutador, destemido, corajoso e sempre pronto para defender os seguidores da Umbanda ou aqueles que sob a sua guarda se colocam.

Nos trabalhos dirigidos unicamente por caboclos, nota-se a força e a altivez que emana de Oxossi. Quem o evoca e sob a sua proteção se coloca, jamais cai, fazendo valer o ditado umbandista:

“Filho de Umbanda (correto) não cai”

Nas obrigações a Oxossi, que devem forçosamente serem realizadas nas matas, podem ser utilizadas flores brancas, como cravos e lírios, velas verdes ou brancas, vinho tinto, água pura e frutas de toda espécie, porém repetimos: Orixás não comem e não bebem, mas se o seu coração pedir, faça, mas não deixe lá a garrafa, proteja a natureza, se acender velas proteja o local para não colocar fogo nas matas.

  • Cor …………………… Verde
  • Domínios …………….As matas
  • Atuação …………….. A catequese
  • Saudação ……………Oxossi é meu pai ou Okê arô Oxossi
  • Elemento …………… Terra

 

Comentário do Pai de Santo

Como todos os Orixás, Oxossi não aceita sacrifícios de animais, desta forma nunca os faça, lembre-se que se você é umbandista e umbandista não mata, seja lá o que for.

Já vimos e ouvimos muita coisa a respeito de obrigações a Oxossi, tais como velas cor de rosa e  licores como o de caju. Licor é coisa que não existia na África e caju também não, desta forma, às vezes pensamos aonde foram buscar essas coisas?

Oxossi é um dos grandes Orixás da Umbanda, é respeitadíssimo nos nossos templos por todos os seguidores umbandistas. Ele é invencível em qualquer demanda espiritual.

Os caboclos seus enviados, transmitem aos seguidores de culto uma força tremenda. O caboclo assumiu em nossos templos a figura de nosso pai biológico, ou seja, aquele homem que queremos ter ao nosso lado, com seu braço sempre forte a nos amparar nos momentos mais difíceis de nossas vidas. Esse procedimento emana de Oxossi.

Na Umbanda existe o ditado “filho de Umbanda não cai” existem centenas de pontos cantados que ensinam isso, no entanto, isso vale apenas para os filhos corretos, não há como receber benefícios de um Orixá ou de seus enviados, se uma pessoa não tem boa conduta moral.

Os caboclos são espíritos puros, muito altivos e enérgicos, mas também muito simples. Essa simplicidade, bondade e força fazem com que se afastem dos templos que tentem mudar essa imagem que deles irradia.

Certa vez vimos um terreiro na praia desenvolvendo os seus trabalhos, o terreiro chamava a atenção por ser muito decorado, muito grande em área e muito pequeno em participantes. Na corrente, meia dúzia de médiuns estavam vestidos de verde, com longas capas finamente bordadas e garrafas de vinho na mão, o que já estava errado.

Em dado momento, o tal cacique apanhou uma lança e dirigiu-se a multidão que estava em volta do terreiro assistindo o trabalho e começou a ameaçar o povo com a lança. Quando vimos a cena ficamos desconcertados, aquilo não era um caboclo, lá não havia caboclo algum, na realidade havia um palhaço mostrando-se ao povo ignorante em relação as nossas práticas. Não era um caboclo e sim, um idiota mistificador.

Esse tipo de gente não pode ser chamada de umbandista. São palhaços, não são umbandistas. Deveriam na realidade cobrar ingressos para se apresentarem na praia, um palhaço de circo não faria melhor.

De outra vez, andávamos a noite em meio às tendas e encontramos com um rapaz negro, de grande estatura, sem camisa, com uma calça verde de cetim enrolada até os joelhos e com um enorme penacho verde que ia da cabeça aos pés. O “caboclo” dava tremenda bronca em seu cambone, que corria atrás dele lhe pedindo desculpas.

Fomos atrás para ver aonde iam, algumas tendas a frente entraram em seu terreiro e lá todos os médiuns estavam vestidos da mesma forma, sem camisa, com a calça enrolada, com penachos, arcos e flechas.

Aquilo não era Umbanda, lá não haviam caboclos e aquelas pessoas que se diziam médiuns, deveriam estar no circo ou então,  no hospício.

Onde estava a mente daquelas pessoas, apresentaram-se quase nus para uma reunião religiosa mostrando coisas que só existem em suas pequenas e fantasiosas mentes, aqueles doentes mentais desconhecem que só existe uma  conduta que os caboclos adotam, a moralidade.

Se os nossos índios quando encarnados andavam nus, isso para eles era natural e moral, porém, isso não quer dizer que hoje como Guias de Umbanda adotem a mesma indumentária.

Raciocine;

Imagine se uma cabocla incorporar em uma médium, essa médium deverá então permitir a incorporação seminua, com os seios e as pernas a mostra?

Dessa porcaria a Umbanda está cansada, essa gente mostra ao povo que ignora as nossas práticas, justamente o que não somos e não praticamos.

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