Na região sul e sudeste do Brasil, Ogum é sincretizado a São Jorge, Santo cassado pela Igreja Católica Apostólica Romana.

Acredita-se que São Jorge tenha pertencido ao exército romano e converteu-se ao cristianismo sendo por esse motivo torturado e teve a cabeça decepada a mando do imperador Diocleciano.

Embora cassado, São Jorge continuou sendo o patrono ou o santo protetor de muitas nações, como exemplo a Inglaterra, Portugal e a Rússia e de muitos exércitos como o Exército Brasileiro.

Na Umbanda São Jorge continua sendo o santo que representa Ogum. Ele é o Orixá protetor contra as guerras e contra as demandas espirituais. Ogum é também o protetor dos militares, de todos os seguidores da Umbanda e também daqueles que sofrem perseguições materiais ou espirituais.

Sua cor é o vermelho encarnado, seu fetiche é a espada, ele é o guerreiro que trava batalhas espirituais contra as forças do mal e é respeitadíssimo dentro de nossos cultos, como também pelos seguidores do mal. É comum os exus castiços (de lei) chamarem Ogum de “meu Senhor das armas”, esse procedimento já demonstra o respeito que obtém de todos os nossos trabalhadores.

“Sob a sua responsabilidade está a manutenção da lei e da ordem
no mundo astral”!

Conhecido como o general de Oxalá, Ogum protege a todos que a Ele recorrem. Seus domínios são todos os caminhos e todos os lugares. Em qualquer lugar que exista a menor possibilidade da prática do mal Ogum é atuante, seja nas encruzilhadas, nas matas, nos cemitérios, nas praias, na subcrosta, etc.

A lei de Ogum é a lei da espada, sua linha é a mais atuante contra as forças da Quimbanda e da magia negativa e suas funestas consequências.

Nas obrigações a Ogum alguns seguidores usam cravos vermelhos ou brancos, velas vermelhas ou brancas, cerveja branca, água, pedidos e orações.

Desconhecemos o motivo pelo qual a cerveja branca é consagrada a Ogum, já que essa bebida não existia na África, mas nas manifestações da linha de Ogum no terreiro, a cerveja branca é solicitada pelas entidades de sua linha, desta forma pode-se dizer que essa é a sua bebida, juntamente com a água.

O uso de água em nossos rituais é de grande ajuda, espíritos trevosos ou malignos não bebem água, desta forma se algum dia você desconfiar de mistificação em relação a qualquer entidade, solicite a ela que beba água, se a entidade recusar a água, sua máscara cairá. 

O uso de água contra demandas espirituais é comum, por ser a bebida de Oxalá.

Recorra a Ogum sempre que se sentir ameaçado espiritual ou materialmente. Peça ajuda a Ele, para você ou para qualquer pessoa que você notar estar embaraçada.

“Ogum jamais desampara aqueles que a Ele pedem ajuda”

  • Cor                            Vermelho
  • Domínios                  Todos os caminhos e lugares
  • Atuação                    Contra demandas e feitiços
  • Saudação                 Ogum é meu pai ou Ogum iê
  • Elementos                Terra e fogo

 

Comentário do Pai de Santo

Sou filho de Ogum e sempre fico muito irritado e também muito triste quando vejo as deturpações praticadas na Umbanda em homenagem a Ogum. Existem terreiros que além da cerveja, oferecem outras bebidas como o vinho tinto em sua homenagem e não vamos entrar no mérito desse procedimento. O que mais me irrita são os sacrifícios de animais. Os sacrifícios de animais não são reconhecidos pela Umbanda e muito menos por Ogum, quem adota essa conduta e se diz umbandista,  são os que foram buscar conhecimentos em outros cultos  que para Ogum, sacrificam o galo vermelho e outros animais ou então, os quimbandeiros mascarados de umbandistas.

Em nosso terreiro não é adotado o uso da capa e do capacete no estilo dos legionários romanos, durante a manifestação das entidades da linha de Ogum, apenas a entidade chefe da linha usa a espada, porém, o uso da capa e do capacete é válido em sua homenagem nos templos de Umbanda, o uso é representativo e não causará mal a ninguém se tal indumentária for adotada. O exagero é que deve ser evitado nessa indumentária, afinal não somos escola de samba, para ficar exibindo roupas reluzentes e caras. 

Existe no Candomblé (e somente lá) um Orixá conhecido por “Ogum Xoroquê”, a imagem da entidade mostra-o com o rosto dividido ao meio, sendo metade como um índio e a outra metade como um exú quiumba.

A informação popular indica que essa entidade é seis meses do ano um caboclo de Ogum e os outros seis meses é um exú. Pela lógica não se pode servir a dois senhores, não há como servir a Deus por seis meses e os outros seis meses virar a sua linha.

Na Umbanda essa entidade é vista como um mistificador de caboclos ou seja,  exu quiumba mistificando os caboclos da Umbanda, que se aproximam daqueles  que nele acreditam.

Na Umbanda não existe Ogum Xoroquê!

Cultuar Ogum é simples, basta ter fé em sua grande força e boa conduta na vida, isso já será o bastante para ter de Ogum a sua proteção.

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