A Umbanda, atualmente praticada na maioria dos templos de Umbanda, nasceu nas senzalas em meio aos escravos africanos trazidos ao Brasil colonial e foi formada em nosso mundo basicamente por meio da contribuição de quatro cultos ou religiões.

A primeira contribuição foi fornecida pelos cultos das nações Africanas que chegaram ao  Brasil  na  época da colonização, na condição de escravos, e doaram à  Umbanda  o culto  aos  Orixás (Ori = Cabeça e Xá =Senhor), os quais são formas espirituais de elevada envergadura, que dirigem as manifestações espirituais que ocorrem em nossos templos e trabalhos. Os Orixás comunicam-se no mundo dos homens através de nossos Guias espirituais, os quais comunicam-se com o nosso mundo através dos médiuns, uma vez neles incorporados ou através da psicografia(*).

(*) Psicografia – do grego, escrita da mente ou da alma. Segundo o vocabulário kardecista, é a capacidade atribuída a certos médiuns de escrever mensagens ditadas por espíritos).

A segunda contribuição veio do Catolicismo, a princípio por imposição do colonizador português, que era devoto do catolicismo, a religião predominante na Europa naquela época.

O negro escravo se viu obrigado a cultuar os Santos católicos e ao mesmo tempo não desagradar aos Orixás africanos, dos quais era devoto. Por esse motivo nasceu nas senzalas o sincretismo religioso(**), no qual os escravos africanos cultuavam os Santos Católicos que em vida apresentaram características dos Orixás africanos, como exemplo Ogum, o Orixá protetor contra as guerras foi sincretizado no sul e no sudeste do Brasil a São Jorge, santo caçado pela igreja católica, que em vida foi militar romano. Devido a esse sincretismo os ensinamentos do Evangelho de Jesus Cristo enraizaram-se de tal forma na formação da Umbanda, que hoje é praticamente impossível separar o santo católico do Orixá africano, onde um santo católico pode ser cultuado como um Orixá, mas um Orixá nunca será cultuado como um santo católico.

(**) Sincretismo = Sistema filosófico ou religioso que funde numa só, várias doutrinas diferentes.

A terceira contribuição veio do culto das nações indígenas brasileiras, que juntando-se ao ritual africano, concedeu à Umbanda as bases de seu culto, transmitindo por meio da presença de espíritos conhecidos como “caboclos” (índios e mestiços de índio com o branco, ou do índio com o negro, etc.) a força e a autoridade presentes nos cultos umbandistas.
Alguns princípios como a aplicação de passes e defumações em nossos rituais tem origem nessa remota época. Ainda hoje podemos ver em documentários, os pajés de praticamente todas as nações indígenas aplicarem passes ou incorporarem espíritos da natureza, em programas exibidos em canais de televisão.

E a quarta contribuição veio do Espiritismo, codificado por intermédio de Hippolyte Léon Denizard Rivail, médico descendente de tradicional família de advogados e magistrados. Nasceu em Lion na França, em 3 de outubro de 1804 e ficou conhecido mundialmente por Allan Kardec “o codificador”.
O Espiritismo por meio das obras kardecistas, permitiu a Umbanda estudar os fenômenos espirituais presentes em seus cultos, bem como a compreensão clara do Evangelho de Jesus Cristo, Senhor absoluto do culto umbandista, depois de Deus, nosso grande Pai.

Os Orixás são seres regentes na Umbanda, alguns deles têm grande atuação sobre a natureza e seus fenômenos. São os Orixás que protegem os seguidores da Umbanda e nos transmitem seus ensinamentos através dos Guias trabalhadores na Umbanda, que manifestam-se durante os trabalhos.
Desses ensinamentos, três são básicos e contém em sua essência os padrões que todo homem deveria seguir.

Ensinamentos básicos da doutrina umbandista:

  • Caridade
  • Fraternidade

A fé que devemos ter em Deus, em Seus ensinamentos, nas Suas leis e em Seu amor por todos nós.

A caridade que deve ser praticada a todos sem distinção de credo, raça, posição social ou intelectual.

A caridade e o perdão das ofensas, são os maiores ensinamentos de Jesus, o Oxalá da nossa Umbanda, que nos deixou escrito que fora da caridade e do perdão, não há salvação.

A fraternidade ou seja, querer nosso próximo como se fosse nosso próprio irmão, independente de qualquer distinção ou discriminação.
Sem a fraternidade, irmã da caridade, ninguém consegue semear amor.

A Umbanda trabalha com vários objetivos, o principal deles é combater toda e qualquer forma de maldade, seja ela gerada ou não por feitiçarias. E tenha certeza de que existem aqueles que fazem esses trabalhos, constatamos que é incrível a capacidade que o ser humano possui de fazer o mal ao seu semelhante.

É contra esses fenômenos  que lutam os Guias, protetores e médiuns que comparecem e trabalham nos Templos de Umbanda.

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